segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Oz

Olhou para baixo e viu o roxo escorrer pelo seu corpo e passar por todos os cantos de sua pele. A água suavizou a cor e a deixou mais clara para que ele pudesse ver o movimento. O barulho do chuveiro o transportou para o reino e neste momento suas memórias foram ativadas e ele se lembrou da noite anterior e do que descobriu. Se lembrou da morte das suas ideias e de seus achismos e viu tudo destruído com uma simples resposta de apenas dois números. 
Apesar do choque e da dor momentânea que sentiu a descoberta foi a melhor coisa para o curar de algo ante antes o poluía. Foi o beijo libertador que o acordou de um sono profundo. Ele não conseguia seguir o fluxo da água e ir em frente porque ainda estava preso em suas próprias correntes e em suas próprias cores. 
Precisava deixar aquele mundo e deixar para trás o que ele tanto queria que voltasse,. Ele não queria, mas não tinha mais opção. Ele deveria andar pelo caminho dos tijolos amarelos em direção ao palácio que o traria de volta e seguir os passos daquele que já tinha passado por lá. Ele só conseguiria se desprender do reino quando ele soubesse que esse não existia mais. E a melhor maneira de ver isso é quando ele deixa de existir para a outra pessoa primeiro. Se o roxo deixou o arco íris porque o azul também não poderia?!

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