quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Quem é você, Alasca?

Todos nós encontramos uma Alasca em nossas vidas. Talvez encontramos até mais de uma. É a lei natural dos relacionamentos e da vida cruzarmos algum dia com alguma. Aquela pessoa impulsiva, completamente imprevisível, explosiva, engraçada, alegre, mas que consegue com a mesma rapidez de um piscar de lhos se transformar na pessoa mais mal humorada e depressiva do mundo. Elas tem essa característica. Alascas estão aí para girar nosso mundo de cabeça para baixo e nem sempre todo esse estardalhaço que elas causam é bom. Mas o que mais impressiona é que não conseguimos viver uma vida inteira sem encontrar uma. Não é possível imaginar alguém que tenha conseguido e se tiver alguma excessão a essa regra acho que a pessoa não está aqui para dar seu testemunho ou nunca me foi apresentada.
A verdade é que Alascas são necessárias mesmo que a dor que elas trazem possa tornar muita coisa intolerável. Elas abalam nosso mundinho com o jeito maluco e descontraído de viverem e nos mostram um jeito diferente de lidar com a vida. E elas são necessárias justamente por nos mostrarem uma nova perspectiva de vida e nos forçarem a repensar o jeito como estamos levando nosso dias. É como uma reforma obrigatória, como se precisasse de uma tempestade para mostrar que o cano estava quebrado e era isso que causava a inundação na sua casa.
Elas fazem de tudo para marcar nosso ser pelo resto de nossa existência. São furacões em meio à calmaria do mar. Tempestades em dia de céu limpo. Terremotos e erupções. Furacões que, honestamente, são difíceis de lidar. Por serem extremamente magnéticas, elas atraem muitos olhares e afeições e, por isso, se tornam o centro das atenções. São constantemente enaltecidas e acabam conseguindo tudo o que querem. Portanto, Alascas costumam mobilizar o mundo ao seu redor para satisfazerem suas vontades. É claro que muitas vezes elas nem percebem que fazem isso, uma vez que muitas já nasceram nesse meio então nem sabem distinguir essa característica.
Elas também são autodestrutivas. Por algum motivo acreditam que não são boas o suficiente para continuarem aqui e tentam (muitas vezes de forma inconsciente) se livrarem de tudo o que sofrem. Ao mesmo tempo que elas têm uma confiança incrível em si elas também são impulsivas e estão dispostas a jogar tudo pelos ares. Elas passam por crises a todo momento e é aí que temos que tomar cuidado porque, de forma geral, nos encantamos pelas Alascas e nos deixamos levar no campo minado que é a vida que elas vivem e passamos a seguir caminhos tão penosos quanto os delas. Elas fumam para morrer.
Mas ora, um ligeiro pensamento cruzou minha mente em meio a este devaneio gelado. Todos nós somos Alascas. Sim, sim. Não se assuste, é claro como a água do mar. Todos nós temos uma Alasca dentro de nós. Aquele ser do contra e rebelde que anseia viver loucamente todos os segundos, aquele ser autodestrutivo e egoísta, aquele ser que precisa da atenção para preencher o vazio dentro de si. Aquele eu que explode com muita facilidade e que nos ensina a domar nossas feras, aquele eu que é uma parte de nós como qualquer outra, que nos prova que aceitar essa parte é a melhor maneira de nos aceitarmos.
Então elas estão aí por toda parte, disfarçadas com todas as fantasias. Amigo, amiga, mãe, pai, os amores que convivemos e nossos diversos eus. Quente e frio. Seca e molhada. E se você está tentando encaixar alguém nessas características fique bem atento por que as vezes você pode ser a Alasca da vida de alguém (ou quem sabe de muitos alguéns) e é a pessoa que causa toda essa bagunça e toda essa reviravolta. Afinal se as pessoas fossem chuva, Alascas seriam furacões. 





Adoro livros que me fazem pensar e esse foi um deles <3 Concorda comigo? Confira lá e me conte depois!!

QUEM É VOCÊ, ALASCA?
John Green
Editora: WMF Martins Fontes
Ano: 2010
Edição: 1ª
Número de páginas: 233










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