Era uma vez uma garota. Essa
garota não podia ficar sozinha com a própria cabeça. Nem por um único instante.
Todos aqueles pensamentos e aflições voltam a perturbar de uma maneira
gigantesca. Ela estava com muita vontade de ir embora. Ir embora e nunca mais
voltar. Ir para um lugar onde as coisas fossem diferentes, onde ela fosse
diferente. Onde ela fosse mais forte, mais independente, onde ela não
precisasse implorar pela atenção das pessoas, onde ela pudesse se sentir
querida e sentir que as pessoas precisam dela. Porque onde ela estava isso não
parecia. E ela queria ir para um lugar onde ela pudesse falar, falar, falar a
vontade sem se sentir culpada ou egoísta. Ela queria amor, amizade. Ela só
queria alguém que não fosse embora. Sempre disseram para ela que o tempo
curaria, mas estavam enganados. O tempo não estava curando. Pelo contrário,
estava só piorando. Ela estava se fechando cada vez mais a ponto de chegar ao
momento em que ela não se abrisse mais. A ponto de se perder no meio dos seus
próprios pensamentos e ignorar a realidade, que estava se tornando mais cruel
do que ela aguentava, e por culpa dela. Tudo estava acontecendo novamente. Tudo
de novo, se repetindo. A solidão, o vazio. Só que dessa vez ela não queria que
acontecesse, queria lutar, mas não estava achando algo em que se segurar para
vencer. Ia acabar se entregando ao caos de sua cabeça como já acontecera antes.
E o que ela fazia era apenas sorrir. Sorrir e mascarar toda a dor que estava
sentindo. Afinal quem aguenta alguém tão negativo, pessimista e que está sempre
mal do lado? Tem sempre o drama, o
exagero e ninguém é obrigado a suportar isso. Então ela foi se fechando, se
afastando, se perdendo nos sonhos e ilusões de outra vida, deixando a
realidade. Ela foi...
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